No trote, organizado pela Associação
Atlética Acadêmica Pereira Barretto desde 2010, os calouros devem realizar
atividades adaptadas para deficientes físicos.
Neste ano, a iniciativa contou com
partidas de tênis de mesa, volta pelo quarteirão com os olhos vendados e
basquete de cadeirantes, onde os novatos puderam jogar uma partida com a equipe
da Adesp (Associação Desportiva de Pessoas com Deficiência Física).
José Sacerdote, 54, técnico do grupo,
formado por paraplégicos, pessoas com sequela de poliomielite e outros traumas,
conta que já é a segunda vez que participam do trote solidário da Unifesp.
"É uma boa iniciativa,
principalmente para os profissionais que queiram se aperfeiçoar na área",
analisa. "Inclusive os cadeirantes que não puderam vir ficaram chateados
porque ano passado foi uma festa".
Outro convidado especial foi o campeão no tênis de mesa Luiz
Henrique Medina, 61. Nascido sem os dois antebraços, a perna esquerda, a língua
e o maxilar inferior.
“É uma honra para mim ter sido
convidado. Isso é bom para as pessoas saberem que existe outro mundo além do
delas mesmas”, declara.
Os estudantes também aprovaram o
evento. “A sensação é muito diferente, eu ouvi todos os barulhos dos carros, as
pessoas conversando. Você começa a confiar no seu guia, é bem legal”, diz
Cintia Cabral, 18, caloura de fonoaudiologia.
Momento de interação
A caloura de medicina Andréia
Santos, 20, aprovou o trote. “Ele é importante para a interação entre os
veteranos e para conhecer pessoas que você vai acabar lidando para o resto da
sua vida na profissão”.
Andréia está ansiosa com a
graduação. “Eu acho que daqui para frente o curso vai continuar respondendo a
todas as expectativas que eu criei”, analisa. “Passar aqui foi um sonho.
Consegui na Santa Casa também, mas quem me conhece sabia que era aqui que eu
sempre quis estar”.
A "bixete" de
tecnologia oftálmica, Andrea Shiba, 27, conta que ficou emocionada com o
depoimento de Medina. Shiba, que já havia começado o curso de medicina
veterinária na Universidade Federal de Lavras (MG), e decidiu mudar de curso se
diz ansiosa.
“Está sendo melhor que eu
esperava. Agora eu quero aproveitar ao máximo, tudo que eu puder, iniciação
científica, pós, mestrado, doutorado”.
Fonte: UOL Educação
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